Um dia de cada vez!

Engraçado como passou rápido!

Há um ano atrás estava eu aqui escrevendo, entre lágrimas e lencinhos, sobre meu primeiro natal separada do até então amor da minha vida...e do suplício e do sofrimento que foi esse dia, que já é por si só bem penoso!

365 dias se passaram....

Uma nova rotação completa da terra em torno do sol, deu conta de conseguir transformar praticamente todas as marcas que o circuito passado havia trazido.

Gente!!!
Vai aí uma aula de revisão de ciências para os mais desmemoriados ou desavisados:
O movimento do qual estou falando, é o de translação da terra, que é o responsável pelas estações do ano!

Foi um ano de muitas estações aqui dentro dessa mente/corpo/alma também!
Sabe, dizem que em SP é capaz de fazer as 04 estações do ano num dia só! Amanhece frio, no almoço tá um puta calor, quando sai do trabalho tá chovendo, e quando chega em casa já parou de chover e tá uma brisa boa de sentar na varanda e dedilhar violão.

Aqui dentro da gente pode ser assim também, não tem problema nenhum não, sabia?! A gente faz parte da natureza, e com todo respeito a Deus que criou e organiza toda essa bagunça, a gente tbm fica a disposição dessa confusão, oras.

A minha rotina de recuperação era assim:

Tinha dia que acordava tudo muito nublado, daqueles que a gente não quer sair da cama, mas como é obrigado, coloca um moletom por cima do pijama, vai trabalhar de GAP sem sutiã mesmo, que que tem? Depois que algumas horas da rotina são cumpridas, era capaz de sentir a tal brisa levando as  nuvens escuras pra outro canto, e encontrar até uma pontinha de sol...

Aí se fosse um dia de sorte, o sol que estava tímido, despontaria que era uma beleza, e eu me despia de tudo, da blusas, dos gorros, da luvas e galochas e me despreendia, achando que o dia ia ser assim! Um dia razoavelmente BOM!

E aí DO NADA, as nuvens que antes eram escuras, voltam pra lá de trevosas cuspindo chuva na minha cara, e eu ia dormir, me afogando em lembranças e assombrada com possibilidades do futuro.

Ou seja: dias pra lá de desalinhados, sem estabilidade. Eu não sabia nunca como estaria ao acordar, ou de que forma eu iria dormir. Era um dia de cada vez.

Aí veio a terra fazendo sua voltinha de um ano....


Hoje, a grande maioria dos dias aqui são ensolarados! Ou estão ensolarados?
Sutil diferença entre ser e estar, q eu nem sei qual deles prefiro.

Só sei que assim estão e são os dias.

As nuvens escuras tentam chegar sim, fazem seus barulhos de trovoadas, esforçam-se...
Mas a capacidade que eu tenho de afastá-las é ainda maior que o ruído que elas fazem.

Preciso muito frisar que quando as nuvens escuras vêm, não é mais por conta do que se foi. Isso não!

 E sim, por conta do que virá! É que a gente fica assim, angustiado, dá medo não saber o que estará fazendo amanha, ou no fds, ou no próximo feriado. Antes tudo era tão fácil de se conceber. Não é o passado que me machuca. É a mania de querer controlar...criar o amanhã.  Não sei o que esperar e nem o que virá, é essa a grande questão do momento. 

Tudo isso tem a ver com a vida tão segura que eu sempre tive, e o fato de descobrir que eu me enganei. Porque na verdade não havia segurança nenhuma nela. É tipo um erro muito grotesco!

Dá medo errar de novo dessa forma assim...tão infantil!

Sei que aprendi muito, sei que virei outra pessoa, sei que melhorei pra caralho...e aprendi que tenho muito a aprender.Isso assusta pra caralho também! O fato de saber que a gente nunca sabe tudo...então a gente é aprendiz pra sempre!!!! E ser aprendiz pra sempre significa que vamos errar pra sempre..e eu não queria errar de novo assim, tão cegamente...será que deu pra entender a escuridão que por vezes vem pra assombrar?

A gente é ignorante!
Ignorantes erram!
Errar machuca!
Aí eu queria saber um pouco mais sobre a vida...
mas quando a gente sabe demais sobre alguma coisa...
a gente tem certezas...
e as certezas são equivocadas!
descobrir isso
machuca tanto igual ou mais.

E o que resta então?

Um dia de cada vez!