sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Comportamentos felinos

Esses dias fez um ano que me separei!

Esses dias fez um ano em que voltei pra casa dos meu pais, com malas a mais do que quando sai.

Essas malas a mais eram frágeis: não podiam ser carregadas de qualquer jeito, jogadas no porta mala, ou no banco vazio ou no banco traseiro. Tinham que ser transportadas carregadas no braço, em uma caixinha de transporte.

Acredita que até nome, essas malas novas tinham?
Oliver e Pérola!

Caso não tenha matado a charada, eu posso explicar melhor...
Depois que casamos, eu e o marido na época, adotamos dois gatinhos, que um primo de uma prima dele (!!), havia achado dentro de uma caixa de sapato, recém nascidos, ao lado de um ponto de ônibus, lá em Piracicaba.

De pelo muito preto e olhos amarelos, dei ao nome do macho, de Oliver. Sei lá, me veio o nome do meu irmão na cabeça, e daí, uma inspiração. O nome do meu irmão é Orlando.

De pelo muito preto e olhos verdes, não tive o prazer de batizar, pois já haviam dado nome a ela, Pérola.
Mas em todo caso, é um bom nome, porque ela é minha preciosa <3! Ela ia ser adotada pela prima do marido, mas a casa dela estava em reforma, combinamos que nós ficaríamos com ela enquanto a obra não acabasse, nisso foram quase 3 meses...e aí já não havia como devolver a bichinha, já tínhamos nos afeiçoado, e o Oliver tbm. Já eramos todos, até então, inseparáveis.

Toda essa introdução, pra contar a reflexão da vez...

Quando levamos os gatos para nosso apartamento, em dezembro, eles já tinham em torno de 2 a 3 meses. Nesse tempo de vida, moraram na chácara do primo da prima do meu marido. (!!)

Por serem ainda pequenos, não deram trabalho para a adaptação. Apesar de não ter grama, só concreto, espaço para correr, só uma varanda, insetos para caçar, só eventuais mosquitinhos, eles chegaram no apto, saíram de suas gaiolinhas, cheiraram o ambiente...e em questão de horas, já estavam correndo pra lá e pra cá, com seus brinquedinhos. Tive a impressão de que para eles, essa mudança não os havia afetado!

Poxa, que bom! Eu queria ve-los mesmo felizes, afinal, é por isso que a gente resolve ter um bichinho (ou dois!).  Para que eles sejam um pouco mais felizes e bem cuidados! Talvez até role o contrário: adotamos para que eles nos façam felizes e nos sentirmos amados... fica aí uma dúvida de quem adota quem!

Mas enfim...

Como todos já sabem, desde a primeira publicação, o casamento não durou e voltamos ao primeiro parágrafo: eu voltando pra casa da minha mãe, com uma mochila nas costas e uma caixa de transporte de gatos em cada braço.

Era outubro, os gatinhos iam já fazer 1 ano!

Dessa vez a mudança foi sentida.

Os gatos estavam como eu: apavorados.
Juro que era um olhar de: "onde estamos, cadê meu quarto, e porque?"

Demoraram uma semana pra conseguirem sair do meu quarto. Todo  e qualquer ruído, os faziam se esconder. Lá no apto, por ser longe do chão, claro, era muito mais silencioso.

Eles tinham que dormir comigo, ou na verdade, volto a questão, talvez eu que tinha que dormir com eles, para nos sentirmos todos seguros.

Ficamos os três, uma semana praticamente no quarto, juntinhos. Até que um som de uma moto estourando, os assustava, mas o rabo já não ficava como um espanador... E alguém abrindo a porta, já não os fazia sair correndo pra debaixo da cama. Foi aí, que talvez, havia chegado a hora, de deixá-los circular um pouco mais pela casa.

Abrimos a porta do quarto, e eles saíram, devagarzinho, desconfiados, pararam na escada...que raio era aquilo? Nunca haviam se deparado com nada parecido! Demoraram mais um dia ou dois para descê-la...e dali pra frente...foram se habituando, conquistando lugares preferidos para dormir, olhando pela janela e ficando admirados com a nova vista que possuíam. Creio que em um mês, já parecia que ali sempre fora o lugar deles.

Pra humanos é tão mais difícil!
Eu ainda continuava apavorada, até pouco tempo atrás!
Não me conformava com a visão da minha janela. Não era a que eu queria ver, ou no caso, tornar a ver!
Não me adaptei as mudanças e queria muito poder voltar pra minha antiga casa. Aliás, dizem que os gatos são muitos apegados a casa, talvez nós humanos tenhamos um lado felino, muito parecido, não é?

Demorou, mas finalmente, estou agindo como meus gatos, no momento em que abriu-se a porta do quarto!
Eu resolvi sair do cômodo em que eu estava...e ver o que tinha ali, nas redondezas.
Ainda é assustador, mas também é excitante. É uma aventura! Uma coisa de louco: não é que existe vida, e muto mais, além da porta?!

Aí vi algumas escadas, será que devia subir os degraus? Eram obstáculos, e se eu quisesse expandir o raio de aventuras...teria q subir: degrau por degrau, sem levar em conta o medo da altura!

E eu subi as escadas...e o mundo era realmente novo.
Pra ser, suave até, descobri outro universo, acima dos degraus!

Pra quem estava em um comodo fechado, se deparar com um universo... A gente acha que o mundo é só aquilo que a gente conhece, e quando vemos o quanto estamos errados, bate uma curiosidade, igual de gato, de entrar em cada canto, cada buraco, cada caixa nova...pra ver o que tem lá!

E os gatos, felizes da vida, fizeram novos amigos: minha mãe e meu pai, meus vizinhos. Mas só conseguiram quando se permitiram sair do seu quartinho. Hoje eles querem é até sair de casa, mas aí a gente não deixa...a liberdade deles tem um limite. Sabem como é: dizem que a curiosidade matou o gato!

E eu também fiz novos amigos! O círculo de pessoas, de fora do quarto, me ajudam a explorar e me localizar no universo. No novo universo! No planeta em que vim parar! É como se eles tivesse um mapa e me apontassem uma direção. Alguns caminhos eu trilho sozinha e em outros, eles vêm comigo. Chego até a pensar na possibilidade de existirem caminhos, que apesar de eles estarem neste universo a mais tempo, ainda não foram, e aí vamos juntos ver onde vai dar. Por que eu também tenho um mapa, de outro planeta sim, mas que serve de guia para algumas trilhas deste mesmo cosmo.

Os gatos tiveram o tempo necessário deles para poder sair do quarto.
E eu tive o meu também!

Os meus gatos tem a liberdade limitada! Mas e eu?
Eu não!

É claro, é preciso certa cautela nas novas explorações! Apesar de tudo me ser lícito, nem tudo me convém! Mas minha liberdade, eu avisto, aperto os olhos, colocando a mão na testa e vejo um mundo inteiro meu...! E pela janela da casa dos meus pais!

Logo,
Não é interessante, como de gato e de louco, todo mundo tem um pouco?


Olinho e Pepê! Meus filhinhos!!




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