sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Caminhos da Vida

Estava chegando mais um feriado no calendário, e eu me perguntava o que fazer? Para onde ir? Com quem estar...? E então, uma prima minha disse que iria pra Jales, cidade em que além dos pais dela, outros da nossa família moram!

Pra quem não conhece, tem um mapinha da onde fica essa cidade abençoada:

Jales é o ponto vermelho rs

Localizada a 600 km daqui de SP, e 7 horas de viagem.
Enfim...

Combinamos de ir juntas então: de ônibus!

Porém, a filha da minha prima teria prova na sexta e não poderia faltar...teríamos que ir num horário em que não compensaria ir de ônibus, pois demoraria demais.

Acabou que desistimos de ir...

De repente, no dia seguinte da desistência, recebi uma mensagem no Whatsapp:

- Ei! Porque não vamos com seu carro?

Oi? Porque será que nem eu havia pensado nisso antes?
Suspeito que seja porque eu já fui  pra Jales mil vezes, mas nunca fui dirigindo até lá. Sequer havia pegado algum trecho dessa rodovia sozinha. Sempre tive quem dirigisse por mim, sempre tive quem fizesse toda a parte chata, enquanto eu alternava entre dormir e trocar os CDs. 

Bom, avisei minha prima de que poderíamos ir sim com meu carro até lá.
Eu só não saberia o caminho, ela teria que ir me falando, e tudo bem!

Chegando no dia da viagem, acordei cedo pra ir pra casa dela.
Ela mora 30km da minha casa, e a viagem começava por ai.
Liguei o GPS, atualmente, o Waze... e fui indo indo indo, virando ali, acolá, curvas suaves a direita, curvas suaves a esquerda e cheguei na casa dela.

Tudo ia bem, até que resolvi colocar o carro na garagem, estreita...

- Cuidado! Vai pegar!

-Não...acho que dá!

CRASH! (it's a good advice, that you just didn't take!)

...e consegui meter o retrovisor esquerdo no portão e rachar o espelho!



Fiquei com medo!
Achei que era um sinal de que era muito arriscado andar 600km, sendo que nem calcular distancia entre viga e retrovisor eu tinha conseguido!
Quase pensei em desistir!
Mas minha prima, deu uma força, falando:

- VAMOS!

Lá fomos nós, colocamos as coisas no carro e seguimos nossa viagem!
Tínhamos que sair da Marginal e pegar a avenida dos Bandeirantes:

- Juliana, não sei pegar heim! Vai me falando!
-Tranquilo! Só ir reto!
-Então ok!


Aí liga o rádio, aí escolhe o cd, aí acalma as crianças no banco de trás que já estão perguntando se "está chegando" aí tira uma selfie...

-Ué, a entrada da Bandeirantes já passou! Porque você não pegou?
-Estou seguindo apenas reto!
- Mas você não viu a placa?
-Não, achei que você fosse avisar!
-Nossa!! Não sei como errou, faça o próximo retorno!
- Como não sabe como errei? Você ficou de avisar!

Retorno feito, mas não foi suficiente, a entrada tinha ficado mais pra trás!
E dalhe retorno do retorno...

Pegamos a Bandeirantes!
Chegamos na Rodovia, com 40 min de atraso!

-Agora, vai só reto!
- Ah tah! Beleza!

3 horas e meia depois:

- O que estamos fazendo em Araras? Você tinha que ter pegado a Washington Luis!
-Estou indo reto...
- Volta!! Está errado!!! Você não viu a placa?
-....      ....   Não...!

Mais um retorno!

Pronto...depois dessa entrada, aí sim, finalmente era a vez do só seguir reto que chegaríamos mesmo!

Mas toda essa situação me fez pensar numas coisas:

1- Depender dos outros!

Às vezes o caminho que temos a seguir, nem é tão difícil! A gente é que acaba colocando a rota nas mãos de alguém para esperar um socorro, que pode não vir, ou não vir a tempo. A gente se apega aos cuidados das pessoas,  a gente espera das outras pessoas, a gente tem expectativas em outras pessoas, a gente põe o controle das situações nas mãos de outras pessoas!

E é muito fácil mesmo se acomodar e aguardar que te avisem a hora de mudar de rota, de trajeto, de estrada, enfim...de caminho! Mas tem coisas que a gente tem que perceber sozinhos...

Pode ser até que as pessoas que erram com a gente não façam por mal. Elas se distraem, dormem, esquecem os combinados.... independente do motivo, o fato é que você fica na mão e perdido por causa disso, por isso, é sempre bom, ter no mínimo  idéia de pra onde a vida está te levando, que caminho você quer seguir ou está seguindo, e ter iniciativa! Não depender de ninguém nunca, por que por mais que a pessoa jure que vai estar lá, por experiencia própria, alguns juramentos ou são quebrados, ou as pessoas simplesmente apertam o botão EJECT da sua vida... e você se vê sozinho, tendo que se virar com o que sobrou de você, e do seu caminho!


Exemplo: O marido apertando botão eject, eu tendo que pilotar a nave sozinha, sem saber como! rs


2 - A vida não tem GPS

Quantas vezes, em outras ocasiões, eu queria ir a algum lugar sozinha, com o GPS ligado, apoiado bem na minha frente, OLHANDO e ESCUTANDO onde entrar, onde virar...e mesmo assim, errei, passei a entrada, e perdi a rua?

Deve ser porque quando a gente não conhece o caminho, ficamos sem referência, sem ter CERTEZA e sem SEGURANÇA, novamente dependendo de algo/alguem que esteja no controle da situação. Claro que só vamos perceber que fizemos besteira quando tocar o barulhinho e alguém avisar de dentro do celular:
" RECALCULANDO ROTA": E quando isso acontece, após alguns momentos de strees, logo um novo caminho é desenhado para você, e a gente continua seguindo, na maioria da vezes, sem maiores dores de cabeça, afinal, mais cedo ou mais tarde, o destino será alcançado!

Se com o carro, tudo às claras, o caminho mastigado, mesmo assim a gente se perde, quem dirá na vida,  que  não tem GPS pra indicar o caminho mais fácil, ou mais curto, ou mais sem obstáculos.
A gente tem que escolher um, engatar as marchas e ir seguindo...E quando perceber que errou, temos que enfrentar a hora de recalcular a rota SOZINHOS e procurar um  RETORNO, SOZINHOS!

3 - Um retorno é andar pra frente, pra depois voltar atrás e seguir o caminho certo.

Quando a gente precisa retornar na vida, o retorno além de fazer a gente perder tempo, vem com decepção, com frustração, com arrependimento, com culpa, com mágoa, com aflição, com desorientação e sensação de estar perdido e nem saber por onde começar, emfim: vem com dor, muita dor! Retornos na vida são sempre doloridos. É duro ver que a gente errou, mas olha,  antigamente eu falava: QUE PENA que é assim que funciona na vida , mas hoje entendo que AINDA BEM que é assim que funciona na vida! 
Senão a gente não aprenderia nada! Errava... e voltava, depois errava de novo, sem a preocupação em se corrigir, e não fazer o caminho errado de novo!! 

Na verdade retornos são experiências, e experiência é sabedoria! E o melhor de tudo, é que eles estão por todos os lugares! A gente pode retornar a qualquer hora!  É muito difícil encontra-los, isso é verdade! Mas eles estão por ai espalhados, e depende da gente se localizar no tempo e no espaço, com calma, para encontra-los e ir refazendo a rota e recomeçar a viagem. É preciso ser muito corajoso para aprender as alternativas,  mas com paciência e com tempo a gente vai ficando bom nisso e fica capaz até de admirar a paisagem nova enquanto passeia pelo desconhecido. Assustador sim, sempre.... mas delicioso também! 

E por experiência própria:  a gente chega lá, mesmo com o retrovisor rachado =)!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Palavras Cruzadas

Sempre tive o hábito de fazer palavras cruzadas!

Lembro-me ainda da forma como tudo foi começando: Eu devia ter uns 10 anos, com uma pequena margem de erro de um ano ou dois pra cima ou para baixo. Via meu pai deitado na cama, caneta encostada na boca, e ele ia escrevendo algo numa revistinha, e eu sentava ali do lado dele, perguntando o porque das coisas, e ele ia respondendo...

O fato é que eu aprendi a fazer, gostava de fazer, e me sentia inteligente quando completava uma página todinha!

Nas palavras cruzadas, há um número de quadrados correspondente a resposta certa, e é muitas vezes assim, que matamos a resposta. É uma dica valiosa, mesmo quando está tudo em branco.

Já fazia algum tempo que eu não cruzava palavras, até que um dia desses, vi um coquetel num  jornal. Fui dar umas olhadas nas perguntas, e percebi que na verdade, as respostas poderiam ser muito mais variadas do que a proposta dos quadradinhos limitados.

Tipo assim:

Perguntas:

"Quantidade de dentes de um humano adulto"

Resposta Esperada: trinta e dois

Resposta correta: Depende da quantidade de vezes em que quebrou a cara

"Afeto Intenso" 

Resposta Esperada - Amor

Resposta correta: Problemas

"Diagnóstico do paciente do hospício"

Resposta esperada - Loucura

Resposta correta: Paixão

"Gravou "Pega Na Mentira (MPB)"

Resposta Esperada  - Erasmo Carlos

Resposta correta:  Meu-Ex-marido

"Abrigo do feto" 

Resposta Esperada - Útero

Resposta correta- Coração

"Mamífero que parece rir"

Resposta Esperada - Hiena

Resposta correta: Eu-da-vida

"Fácil de Conduzir"

Resposta esperada - Dócil

Resposta correta: Essa só pode ser dócil mesmo, porque definitivamente RELACIONAMENTO não cabe!

"Abrigo blindado" 

Resposta Esperada - Casamata

Resposta Correta: Meu-coração-depois-do-divórcio

"A cor do luto"

Resposta Esperada - Preta

Resposta correta  - TODAS! Até-arco-iris-ficava-preto-e-branco-no-meu-luto

"(?) e ímpar - tipo de sorteio" 

Reposta esperada - Par

Reposta Correta - Tentei par, mas acabei Ímpar mesmo

"Dona"

Resposta Esperada - Senhora

Resposta correta - Também-amo-essa-música...


Além disso, quando a gente tá em dúvida entre uma resposta ou outra, as páginas finais contém a resposta que a gente tanto procura...

Mas na vida real, o negócio é nível HARD: fazem as perguntas, a gente tem que responder e não tem cola pra ver se acertou...tem que ir na fé! Já pensou se a gente pudesse dar uma olhadinha no futuro, ver como acabava e daí, decidir escrever ou não? Ia ser muito fácil, muito massa, a gente não erraria nunca, não correríamos risco nenhum, não teríamos medo de nada!!!! Meu pai sempre falava mesmo, que olhar na resposta tirava toda a graça da coisa.
Nas palavras cruzadas do papel, creio que ele está certo, e aplicar isso sobre as perguntas da vida...bom, corajosamente, ouso dizer que também...

Difícil é quando você descobre que cruzou tudo errado, precisa voltar mil casas, rever todas as perguntas, uma por uma, repensar, e aí deixar tudo riscado, rabiscado, borrado, ilegível...caso tenha escrito em caneta!

Taí uma coisa: escrever de lápis é mais fácil de apagar, deixa menos marcas, é mais leve...
Pra que tanta seriedade? É só um jogo, que a gente tá começando, e aprendendo..dia após dia...tipo criança, que quando esta se alfabetizando, escreve a lápis...
Pra que caneta!?
Nada é definitivo!!
E eu me achando inteligente por completar uma página dessas aí debaixo...
Ahhhh..mas essa vida é muito mais do que isso...mesmo!




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Comportamentos felinos

Esses dias fez um ano que me separei!

Esses dias fez um ano em que voltei pra casa dos meu pais, com malas a mais do que quando sai.

Essas malas a mais eram frágeis: não podiam ser carregadas de qualquer jeito, jogadas no porta mala, ou no banco vazio ou no banco traseiro. Tinham que ser transportadas carregadas no braço, em uma caixinha de transporte.

Acredita que até nome, essas malas novas tinham?
Oliver e Pérola!

Caso não tenha matado a charada, eu posso explicar melhor...
Depois que casamos, eu e o marido na época, adotamos dois gatinhos, que um primo de uma prima dele (!!), havia achado dentro de uma caixa de sapato, recém nascidos, ao lado de um ponto de ônibus, lá em Piracicaba.

De pelo muito preto e olhos amarelos, dei ao nome do macho, de Oliver. Sei lá, me veio o nome do meu irmão na cabeça, e daí, uma inspiração. O nome do meu irmão é Orlando.

De pelo muito preto e olhos verdes, não tive o prazer de batizar, pois já haviam dado nome a ela, Pérola.
Mas em todo caso, é um bom nome, porque ela é minha preciosa <3! Ela ia ser adotada pela prima do marido, mas a casa dela estava em reforma, combinamos que nós ficaríamos com ela enquanto a obra não acabasse, nisso foram quase 3 meses...e aí já não havia como devolver a bichinha, já tínhamos nos afeiçoado, e o Oliver tbm. Já eramos todos, até então, inseparáveis.

Toda essa introdução, pra contar a reflexão da vez...

Quando levamos os gatos para nosso apartamento, em dezembro, eles já tinham em torno de 2 a 3 meses. Nesse tempo de vida, moraram na chácara do primo da prima do meu marido. (!!)

Por serem ainda pequenos, não deram trabalho para a adaptação. Apesar de não ter grama, só concreto, espaço para correr, só uma varanda, insetos para caçar, só eventuais mosquitinhos, eles chegaram no apto, saíram de suas gaiolinhas, cheiraram o ambiente...e em questão de horas, já estavam correndo pra lá e pra cá, com seus brinquedinhos. Tive a impressão de que para eles, essa mudança não os havia afetado!

Poxa, que bom! Eu queria ve-los mesmo felizes, afinal, é por isso que a gente resolve ter um bichinho (ou dois!).  Para que eles sejam um pouco mais felizes e bem cuidados! Talvez até role o contrário: adotamos para que eles nos façam felizes e nos sentirmos amados... fica aí uma dúvida de quem adota quem!

Mas enfim...

Como todos já sabem, desde a primeira publicação, o casamento não durou e voltamos ao primeiro parágrafo: eu voltando pra casa da minha mãe, com uma mochila nas costas e uma caixa de transporte de gatos em cada braço.

Era outubro, os gatinhos iam já fazer 1 ano!

Dessa vez a mudança foi sentida.

Os gatos estavam como eu: apavorados.
Juro que era um olhar de: "onde estamos, cadê meu quarto, e porque?"

Demoraram uma semana pra conseguirem sair do meu quarto. Todo  e qualquer ruído, os faziam se esconder. Lá no apto, por ser longe do chão, claro, era muito mais silencioso.

Eles tinham que dormir comigo, ou na verdade, volto a questão, talvez eu que tinha que dormir com eles, para nos sentirmos todos seguros.

Ficamos os três, uma semana praticamente no quarto, juntinhos. Até que um som de uma moto estourando, os assustava, mas o rabo já não ficava como um espanador... E alguém abrindo a porta, já não os fazia sair correndo pra debaixo da cama. Foi aí, que talvez, havia chegado a hora, de deixá-los circular um pouco mais pela casa.

Abrimos a porta do quarto, e eles saíram, devagarzinho, desconfiados, pararam na escada...que raio era aquilo? Nunca haviam se deparado com nada parecido! Demoraram mais um dia ou dois para descê-la...e dali pra frente...foram se habituando, conquistando lugares preferidos para dormir, olhando pela janela e ficando admirados com a nova vista que possuíam. Creio que em um mês, já parecia que ali sempre fora o lugar deles.

Pra humanos é tão mais difícil!
Eu ainda continuava apavorada, até pouco tempo atrás!
Não me conformava com a visão da minha janela. Não era a que eu queria ver, ou no caso, tornar a ver!
Não me adaptei as mudanças e queria muito poder voltar pra minha antiga casa. Aliás, dizem que os gatos são muitos apegados a casa, talvez nós humanos tenhamos um lado felino, muito parecido, não é?

Demorou, mas finalmente, estou agindo como meus gatos, no momento em que abriu-se a porta do quarto!
Eu resolvi sair do cômodo em que eu estava...e ver o que tinha ali, nas redondezas.
Ainda é assustador, mas também é excitante. É uma aventura! Uma coisa de louco: não é que existe vida, e muto mais, além da porta?!

Aí vi algumas escadas, será que devia subir os degraus? Eram obstáculos, e se eu quisesse expandir o raio de aventuras...teria q subir: degrau por degrau, sem levar em conta o medo da altura!

E eu subi as escadas...e o mundo era realmente novo.
Pra ser, suave até, descobri outro universo, acima dos degraus!

Pra quem estava em um comodo fechado, se deparar com um universo... A gente acha que o mundo é só aquilo que a gente conhece, e quando vemos o quanto estamos errados, bate uma curiosidade, igual de gato, de entrar em cada canto, cada buraco, cada caixa nova...pra ver o que tem lá!

E os gatos, felizes da vida, fizeram novos amigos: minha mãe e meu pai, meus vizinhos. Mas só conseguiram quando se permitiram sair do seu quartinho. Hoje eles querem é até sair de casa, mas aí a gente não deixa...a liberdade deles tem um limite. Sabem como é: dizem que a curiosidade matou o gato!

E eu também fiz novos amigos! O círculo de pessoas, de fora do quarto, me ajudam a explorar e me localizar no universo. No novo universo! No planeta em que vim parar! É como se eles tivesse um mapa e me apontassem uma direção. Alguns caminhos eu trilho sozinha e em outros, eles vêm comigo. Chego até a pensar na possibilidade de existirem caminhos, que apesar de eles estarem neste universo a mais tempo, ainda não foram, e aí vamos juntos ver onde vai dar. Por que eu também tenho um mapa, de outro planeta sim, mas que serve de guia para algumas trilhas deste mesmo cosmo.

Os gatos tiveram o tempo necessário deles para poder sair do quarto.
E eu tive o meu também!

Os meus gatos tem a liberdade limitada! Mas e eu?
Eu não!

É claro, é preciso certa cautela nas novas explorações! Apesar de tudo me ser lícito, nem tudo me convém! Mas minha liberdade, eu avisto, aperto os olhos, colocando a mão na testa e vejo um mundo inteiro meu...! E pela janela da casa dos meus pais!

Logo,
Não é interessante, como de gato e de louco, todo mundo tem um pouco?


Olinho e Pepê! Meus filhinhos!!




quinta-feira, 8 de outubro de 2015

mudanças...

Aconteceu quando eu menos esperava...
A dor que um dia pareceu não ter fim, os questionamentos que pareceram nunca serem respondidos, um luto que parecia fazer morada na alma...


Passou...



Não, não foi assim, de um dia para o outro, mas foi de um momento para o outro.
Às vésperas de comemorar um ano de divórcio, (mais tempo que eu tive de casada)...esbarrei em dias bons.

Começou sem o choro diário...
seguidos de noites bem dormidas...
acompanhado de sorrisos constantes...
junto com novas experiencias...

e espero que não pare por aí!

Novas experiências... novos amigos...
pude finalmente, entender que a vida é simplesmente, muito...mas muito maior do que aquilo que nossa cabeça sonha, algo, tipo...imagina só:

Um semeador sonha com uma árvore.
Semeia, planta, cuida, rega...e ela cresce...e quando ele acha que, finalmente, após anos de dedicação, irá colher seus frutos e sombra, descobre que plantou em um solo, no qual sua raiz não poderia crescer...e em pouco tempo ela apodrece...e tudo aquilo que ele planejou e sonhou...vai apodrecendo, secando...até que finalmente, cai...e se perde e acaba.

Parece o fim do mundo para um pobre sonhador semeador.

Ele segue desolado, tentando entender porque sua arvorezinha não foi pra frente. Se sente injustiçado, magoado! Pobrezinho! Sente até inveja de outras grandes árvores, sabe como é, a grama, ou a árvore do vizinho é sempre mais verde.

Leva um tempo, mas o pobre semeador, mesmo achando que nunca mais irá conseguir plantar uma árvore decente, encontra, aos poucos, respostas e alternativas para sua vida.

Primeiro, ao se ver triste e desamparado, descobre que tem muito amigos que lhe dão força a continuar com seus sonhos.
Segundo, e não necessariamente nessa ordem, percebe que sua família, o ama e estará com ele, com árvores ou não... da forma que ele se apresentar, assim será bem vindo.
Terceiro, finalmente se dá conta, de que há algo superior, uma energia maior, que dá há cada um, o que lhe é necessário para que evolua, aprenda.... e começa a aceitar, que nada é por acaso.
Quarto e o mais difícil... a mistura da energia superior,  com os amigos e o apoio da família, fazem o semeador perceber quer perder uma colheita, não significa perder a capacidade de semear novamente. 

Além disso, ao perceber que é capaz de semear novamente, é capaz de escolher novas sementes, de repente, não precisa ser uma árvore...pode semear flores, moitas, árvores, bonsais, plantações...e olha...pode semear o que quiser, quando quiser!

A liberdade cai como uma luva.
A vida continua,
e cada semeadura é um aprendizado!

Pode ser que semeie de novo, e que não consiga suas colheitas esperadas de novo, ou até que consiga, mas que ela apodreça novamente.

Mas ele está muito mais forte e, não é qualquer "não" que o faz cair novamente, e fora isso, é muito bom poder semear o que quiser, e se vai nascer ou não...deixa quieto....

Não pensará nisso, vai semear, fazer sua parte, um dia de cada vez, sem expectativas de grandes árvores, de frutos...apenas segue semeando, apreciando e aproveitando muito mais a cada dia, com quem está ao seu lado...e se divertindo e conhecendo muito mais sobre solos, sementes, como regar, como cuidar, ler manual de instruções de colheita...,enfim, vai aprender muito mais do que poderia se tivesse  apenas se apegado a uma única árvore.

Trata-se de um texto sobre amor, árvores e plantas, mas sobretudo, do amadurecimento, não dos frutos, mas do próprio semeador.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A Nobreza do Coração

Esses dias me peguei pensando em algumas situações...
Existem alguns casos famosos de coisas muito ruins que aconteceram com pessoas. 
Estive pensando basicamente, sim,  nas coisas ruins, que mudam nossa vida de um dia para o outro...coisas inimagináveis, inesperadas...coisas de repente.

Por exemplo...você está andando tranquilamente no metrô, aí aparece um louco, te empurra para os trilhos, e você vai acordar no dia seguinte sem o seu braço.

Ou você está ingenuamente brincando próximo demais a uma jaula de tigre, e vai acordar no dia seguinte, sem o seu braço.

Ou você está esquiando, bate numa árvore, e acorda no dia seguinte, tetraplégica.

Ou você está nadando na piscina do seu condomínio, tem os cabelos sugados pelo ralo da piscina, e não acorda mais. Vive em coma, para o desespero de quem fica a espera do despertar.

Enfim, todas essas notícias são reais, algumas mais antigas, outras mais recentes, mas famosas.

Como dizia o meu irmão, " Para morrer, basta estar vivo". 

E é.

A vida prepara coisas para nós vivos, que estão muitas vezes, alheias a nossa vontade...alheias a nossa percepção, alheias ao nosso entendimento.

Pessoas estão diariamente lutando, vivendo e sobrevivendo a este mundo louco. (Acho prudente que não passemos a vida pensando no pior, no que pode acontecer, senão a gente acaba não vivendo, pois tudo..tudo pode dar errado!)

Se as pessoas vivem sem braços, sem pernas, sem poder se movimentar e dependente de outras pessoas para fazer qualquer coisa...se pessoas vivem sem seus filhos, sem saber o paradeiro deles, ou se vivem sem seus pais....se as pessoas vivem sem enxergar o por do sol, sem escutar uma música que toca o coração, se vivem num hospital sem perspectiva de cura, ou até de atendimento digno...

O que será, perto disso,  viver sem um coração? 
O que será, perto de todas essas situações, viver com um coração partido?
Bom... não quero menosprezar a dor que passei, que passo...mas não é nada! Nada perto de tantas coisas...

Um coração partido, ainda bate e executa sua função de circulação sanguínea, perfeitamente... como se nada tivesse acontecido.O engraçado é exatamente isso: ainda que machucado, ainda que em pedaços, ele funciona perfeitamente. É um coração normal! Como é possível, um pequeno órgão ser tão forte e resistente? 

É só disso que eu preciso! Só preciso que ele funcione, e que continue trabalhando todos os dias! Porque ainda tenho tudo para continuar vivendo a vida...aliás, não me lembro de nenhum outro órgão ou membro do corpo, que funcione  após ser esmigalhado...e é isso que é mágico!

De tudo de ruim que foi essa experiencia...ela não foi praticamente nada. Ela não é empecilho nenhum para que a vida seja retomada e continuada...porque tudo continua funcionando normalmente!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Dias difíceis

Tão difíceis que olha o clima de hoje:


Me diz o que aconteceu
Era pra ser diferente
Nós dois, sem dor
E em paz
Foi bom, me fez por merecer
Ah! Que saudade da gente
Tempo, volta atrás!
Se quer saber (se quer saber)
A solução bate aqui dentro
Desse peito meu
Aonde mora toda a imensidão do amor
Se quer saber
A gente ainda pode ser muito feliz
Mais um dia nasceu e eu vi
Que amanheceu
Sem você a vida é tão sem graça
Sem você a vida é tão sem graça
E o meu coração
Já percebeu
E não quer saber mais de nada
Eu não quero saber mais de nada
Eu não quero saber mais de nada
Se for sem você 


Procurando uma porta de saída....

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Inveja e boicotes

To triste!
Bem triste!

Fui viajar no carnaval, tive uma viagem maravilhosa, com amigos e parentes muito queridos!
Tudo muito divertido e incrível... até a volta!

Sempre a volta!...Choque de realidade!

Durante a viagem, alguns pensamentos passaram pela minha cabeça, mas nada que fizesse grande estrago, apenas uma chateaçãozinha lá dentro, muito suportável, vou citar um exemplo só, mas o mesmo sentimento me acometeu em outras situações:

Minha prima resolveu mostrar o álbum de casamento dela!
E me ocorreu, que era pra eu ter um também., só que nem deu tempo!

Apreciei as fotos, e confesso, senti uma certa "inveja".
Eu queria muito poder mostrar meu álbum de casamento para os amigos e familiares.
Será esse sentimento horrível normal nessas circunstâncias? 

Hoje essa minha prima é casada já há 14 anos.
Tem dois filhos e um cachorro.
Até parece música sertaneja, mas não é!
É vida real.

Uma vida que não tenho mais...que caminhava para ser! 
Não tínhamos filhos e nem cachorro. Mas já tínhamos dois gatos!... e planos! Tínhamos muitos planos.
Mas agora....
Só meus gatinhos restaram em meio a tanta confusão!

Eu só queria que isso não tivesse acontecido comigo! Só isso!
Não entendo porque isso aconteceu... não era pra ser assim!


Voltei ao blog, porque estava me sabotando, criando expectativas e morrendo na praia.
Uma hora a gente acorda pra vida não é?
Pior que alguém boicotar a gente, é a gente se boicotar!
Sabe que está fazendo besteira, mas ainda paga pra ver, ainda se arrisca, porque já tá doendo tão pouco né? Porque não arranjar uma forma de doer mais?

O ser humano é besta mesmo!
Ou talvez seja só eu!





sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Mais forte que um rato!



Mais rápido que uma tartaruga! Mais forte que um rato! Mais inteligente que um asno! Seu escudo é um coração!


Andei pensando no título desse post, e me lembrei do Chapolin Colorado.
Achei que essa descrição combina muito com o que eu estou sentindo nesse momento.


Veja só, já comentei aqui que meu ex marido, andou tendo alguns surtos de saudades e veio me enviando mensagens sugestivas e carinhosas.


Eu achava que estava lidando bem com essa situação!
Eu achei que eu era forte o suficiente para ler tudo o que ele vinha escrevendo e continuar tocando a vida, como se nada estivesse acontecendo.


Só que aí ele sumiu!


Sim!


A última mensagem dele há dois dias atrás, foi essa "Queria voltar no tempo, para estar ao seu lado!".


Eu não respondi o que ele mandou, para me proteger mesmo. Não querendo criar expectativa, alimentar esperanças falsas de que estaríamos juntos novamente. Queria continuar seguindo como estou. Tocando a vidinha!


Mas de repente.... sem querer querendo...me peguei esperando por mais!


Aguardei mais mensagens, que por mais que fossem difíceis de ler e entender, me massageavam o ego, me faziam feliz por algum momento... saber que ele poderia ter se arrependido, que sentia minha falta, que me amavaaaaaa!!!



E eu quis mais...esperei mais... e aí eu entendi!


Eu achei que estava tudo sob controle!
Achei que conseguiria levar a vida normalmente.


Mas o que aconteceu foi que eu fiquei mal! Suei frio, meu coração disparava, eu não consegui dormir...eu não conseguia soltar o celular! Quando acabava a bateria então, parecia uma coisa! Ficava desesperada! Tudo isso porque?

Porque eu queria mais mensagens!

Me senti como um daqueles caras que a gente vê bebendo todo dia e a gente fala pra ele:


-"Cuidado aí meu! Tá bebendo demais. Vai ficar viciado!
E ele responde:- Tá doido!? Eu paro quando eu quiser!


Ou então, você vê seu amigo fumando e fala pra ele:


-Para com isso! Você vai virar um fumante incorrigível!
e ele responde:
-Se liga, nada a ver, eu paro quando quiser, to fumando porque é legal!


Eu estava em crise de abstinência, como se precisasse daquela mensagem para viver! Completamente dependente daquilo para continuar o dia!


E não apareceram mais!


O que me leva a pensar, que sim, claro, óbvio que eu estava criando expectativas sim! Eu estava esperando mais dele sim! Não deu mais pra me enganar! (em negrito o me, porque todos amigos me alertaram: "isso não é legal, pare com isso! Mas eu achava que daria conta, achava que não estava criando nada!


Por isso lembrei dessa descrição do Chapolin!


Mais rápido que uma tartaruga! - Todo mundo percebeu logo de cara que esse tipo de acontecimento não seria legal. Só eu que precisei de mais tempo para entender o quão mal isso iria fazer pra mim mesma.

Mais forte que um rato - Sim porque já no primeiro dia em que ele desapareceu, eu quase morri, quase enfartei!


Mais inteligente que um asno! - Inteligente o suficiente pra saber que uma pessoa que fala fala e não faz, é igual cachorro que late late e não morde! Toma essa Barbara! Acorda pra vida! Quer pagar pra ver até quando?! Acabou! Ponha isso na sua cabeça de uma vez por todas!

Seu escudo é um coração! - E em minha legítima defesa, fiz tudo isso por amor! hahaha Meu coraçãozinho não é de ferro, nem de pedra, é humano mesmo, e o bonitinho continua batendo mesmo em vários pedaços!

Agora, que eu saquei a minha auto sabotagem, acabou a palhaçada!Se ele ressurgir das cinzas com palavras bonitas de novo, devo me obrigar a dizer: "Você escolheu acabar. Por favor, se afaste de mim. Me deixe viver em paz #PELOAMORDEDEUS" .

E não responder, e não procurar...e não surtar!


E todo dia, só por hoje!


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Amor próprio ou egoísmo?

Essa é a pergunta que não sai da minha cabeça nos último dias.

Até quando as coisas que você faz em pro de si, são pelo amor próprio, até onde a barreira é ultrapassada e vira egoísmo?

Coisas bestas do dia a dia como:

Você gosta de pizza de frango, o outro de calabresa.
E aí?
Você pede a do seu gosto e deixa o outro comer o que não quer, ou você come a do outro e abre mão do que você gosta?


Ok! Um exemplo fácil... pede meio a meio e pronto!
Mas e se essa não fosse uma possibilidade?
Até onde é amor próprio, até onde é egoísmo?

Você recebeu uma proposta para trabalhar no Interior, um sonho seu! Mas o outro tem um trabalho legal aqui e teria que abrir mão de tudo para te acompanhar.
Você vai para realizar seu sonho e o outro se quiser que te acompanhe, ou você fica, trabalhando onde já esta acostumada, pra não precisar que o outro se abdique de tantas coisas por sua causa?
Até onde é amor próprio, até onde é egoísmo?

Você quer passar o ano novo na praia com seus pais, o outro quer passar o ano em outra praia com os pais dele.
Se o outro abdicar do gosto dele e resolver te acompanhar até onde feriu-se o amor próprio dele, e até onde você foi egoísta?

Seu marido te dá um pé na bunda, dizendo que precisa estudar, trabalhar, fazer cursos e se apegar as oportunidades da carreira e não conseguirá conciliar isso com você esperando em casa.
Até onde isso é amor próprio, até onde é egoísmo?

Depois de 3 meses separados, seu ex marido manda mensagens insinuando arrependimento! No começo você responde...mas depois sente que isso mais te machuca do que faz bem. Talvez seja melhor ignora-lo, deixar ele sofrendo... e dar tempo ao tempo...
Até onde isso é amor próprio, até onde é egoísmo?


Tudo são escolhas!
E até onde as nossas decisões ferem nosso amor próprio ou da outra pessoa??? Até onde somos egoístas???

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sutiã no varal

Cuidado com seus desejos: Eles podem se realizar!


Certo dia, um ou dois meses antes da separação, o meu ainda marido se prontificou a lavar toda a roupa suja que estava no cesto.

Esposa feliz durante o dia!

Mas ai a noite cai, e me deparo com um sutiã pendurado no varal.

Chego mais perto para ver o estrago: ainda utilizável, mas todo destronchado. (acho que inventei essa palavra agora...)

Procuro meu ainda marido pela casa, o que não demora muito, o apartamento era pequeno. Quando o encontro, pego ele pelo braço, levo até o varal e digo:

-"Meu amor, nunca mais coloque meus sutiãs na máquina de lavar. Eles estragam. Deixa no no cesto que depois eu lavo a mão, certo?"

Juro que falei com muita paciência, nada de agressões verbais, muito menos físicas rs. Apenas um tom sério para ele entender que estragar um sutiã é uma coisa muito péssima mesmo!

Poucas semanas depois nos separamos. 

Afinal, realmente, ele nunca mais vai colocar um sutiã meu na máquina de lavar!


Cuidado com seus desejos: Eles podem se realizar!

Vocês podem ter achado esse post um tanto quanto melancólico....é talvez seja um dia daqueles mesmo!


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Banco Vazio

 Feliz 2015!!!

Um novo ano inteirinho para ser construído e reconstruído!!

Que sorte eu tive de terminar um casamento próximo ao final do ano, afinal, toda a energia de recomeço, de virar a página, promessas de ano novo, chegam fortes e empurram mais a gente pra frente. Tive sorte também de assinar a papelada e resolver praticamente tudo no ano passado! Só faltam poucas coisas agora e aí o vínculo será totalmente cortado e o sofrimento vai diminuindo!

Fiz uma outra reflexão enquanto estive em Porto Alegre para o réveillon! Tem a ver com o título do post!

Fizemos uma excursão de ônibus, daqueles de turismo, pra conhecer a cidade. Estávamos em 3 pessoas, e como sabemos, os bancos do ônibus são para 2 pessoas. Uma de nós teria que sentar sozinha, ou com algum desconhecido ao lado.

Eu sentei sozinha. Era um passeio de duas horas. E não sentou ninguém ao meu lado esse tempo todo.

Foi aí que eu refleti...
O banco vazio não interferiu no meu passeio. Ao contrário: podia me mexer livremente, olhar para o lado que eu quisesse, apoiar minha coisas no banco vazio. (É claro que também é bom ter alguém no banco ao lado. Você pode conversar, compartilhar coisas, dar risada, descansar no ombro dela. Tudo tem um lado positivo e um negativo! E eu nesse momento preciso me apegar há tudo que seja positivo!)

Por um tempo, que eu não sei quanto, esse banco do meu lado continuará vazio, mas o passeio, a viagem, as idas e vindas continuarão assim mesmo! O ônibus não pode parar a viagem porque há um banco vazio. O ônibus não podia esperar até que se sentasse alguém ali para prosseguir.

Assim sou eu agora também.

Tenho um banco vazio, que antes era preenchido por alguém que jurou diante de mim, diante de todo nossos amigos e nossa família, diante de Deus, nunca se levantar!

Mas ele se levantou.

E eu não posso parar minha viagem por causa disso. Talvez, quem sabe, será? Em alguma parada, alguém queira subir e sentar do meu lado de novo! Ou não!

Mas até lá...estarei seguindo minha viagem, com um banco vazio do meu lado. Vazio o bastante para apoiar minha bolsa, meu guarda chuva, meus livros, minhas pastas do trabalho, minha blusa, minhas compras. Não preciso mais jogar nada no banco de trás. Todas as outras coisas da minha vida, ganharam um novo espaço: o banco vazio da frente.

Eu e meu banco vazio!